Coruja Capital apresenta Como criar um processo de investimento adequado em cenários de incerteza

Ao deixar o Itaú Unibanco, em dezembro de 2020, onde ocupava uma das duas diretorias gerais da instituição Márcio Schettini havia decidido tirar um período sabático de pelo menos seis meses. Nada mais natural e merecido depois de mais de 32 anos dedicados ao mercado financeiro, dos quais a maior parte deles passados no Itaú…

Ao deixar o Itaú Unibanco, em dezembro de 2020, onde ocupava uma das duas diretorias gerais da instituição Márcio Schettini havia decidido tirar um período sabático de pelo menos seis meses. Nada mais natural e merecido depois de mais de 32 anos dedicados ao mercado financeiro, dos quais a maior parte deles passados no Itaú Unibanco, onde liderou a área de varejo da instituição e foi responsável por quase todas as operações de fusões e aquisições efetuadas pelo banco durante os últimos 25 anos.

Mas os planos mudaram rapidamente, contou Márcio Schettini à plateia de 60 acionistas que participou no dia 26 de junho, em São Paulo, do Family Business Investment Summit 2023, promovido pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária (FBFE).

O sabático durou apenas três semanas e Schettini, tendo a sua trajetória profissional como pano de fundo, acabou transformando o family office da família num outro negócio, com uma dimensão maior – a Coruja Capital, empresa de investimento independente que completa em julho dois anos e meio de existência.

Em 2015, quando foi montado o family office havia a intenção de investir em ativos alternativos, então foi criado na Coruja Capital um portfólio com vários “fundos de fundos”, quase todos eles americanos. Também foi aproveitada a expertise de investir em empresas de capital fechado, notadamente as focadas nos segmentos de saúde e de educação, com os quais family office tinha uma relação forte.

“O fato é que nós acabamos sendo muito bem-sucedidos nos investimentos que fizemos diretamente, e quando falo nós estou me referindo a um dos meus filhos. Multiplicamos o nosso capital quatro vezes e meia num período relativamente pequeno e isso acabou nos motivando a manter esse foco de investir em empresas de capital fechado”, salienta. O filho era associado a um head funding e decidiu se dedicar exclusivamente ao family office.

Assim, no início de 2021, a primeira decisão foi contratar a Accenture, empresa de consultoria e gestão, para fazer essa transição, tornando a estrutura do family office numa estrutura de investimento profissional.

“Durante minha carreira, fiz mais de 60 aquisições proprietárias no Itaú Unibanco. Então, esse processo de construção do nosso private equity foi muito baseado nas minhas experiências de aquisições.”

Adicionalmente, Schettini e o filho foram buscar o que havia de melhor em termos de governança. Foi escolhida uma das auditorias top five para auditar a empresa de investimentos criada e também as empresas alvo de investimento. Foram escolhidos ainda três escritórios de advocacia para assessorar a empresa e suas investidas, nas áreas de societário e tributário em questões relacionadas a contratos operacionais.

Com a estrutura de prospecção montada, a Coruja Capital começou a funcionar e hoje possui tem em seu portfólio oito empresas.

“Achávamos, no primeiro momento, que o processo de prospecção e identificação de investimento seria lento, mas fomos surpreendidos com um processo muito eficiente de identificação de ativos, identificação de empresas e identificação de oportunidade”, afirmou.

Com apenas dois anos e meio, a Coruja Capital já fez processos de avaliação de investimento para cerca de 500 empresas.

“Outra questão interessante é que identificamos e originamos mais de 60% dessas quase 500 empresas que nós analisamos, sendo que 25% delas tivemos acesso por meio da nossa rede de relacionamentos e um número muito pequeno acabou chegando até a gente por meio de bancos de investimentos ou boutiques de M&A. Hoje, todo o tempo é dedicado a iniciativas que fazem parte do fundo de investimentos e da operação da Coruja Capital. Isso acaba sendo um privilégio – poder dedicar 100% do seu tempo para projetos que de fato você acredita”, disse.

Com o sucesso do negócio, no final de 2022, começou a nascer a ideia de abrir um outro fundo de investimento para quem de fato deseje acompanhar os projetos customizados. “Investimos muito com uma cabeça de risco e de crédito, de capital, regulatório e execução. Olhamos o nosso portfólio do ponto de vista de estrutura de capital, do ponto de vista de alavancagem. Praticamente, não temos dívida; as dívidas que as empresas assumem são para fazer aquisições”, salientou.

Um dos requisitos é só investir em negócios que conhece, que se sente à vontade e que tem condições de contribuir, em negócios que entende os riscos da cadeia como um todo. O comitê de investimento que acompanha todo os processos de análises atribui um score de 0 a 5 às empresas.

“Só sentamos para negociar com o empresário que tem uma nota acima de 4,5 ou uma empresa que tenha uma nota acima de 4,5. Isso dá uma boa ideia da qualidade do portfólio da Coruja”, afirmou

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