Raquel Machado apresenta o Instituto Líbio no Family Office Summit

Raquel Machado criou, em 2020, o Instituto Líbio, no município de Porto Feliz (SP), juntamente com o marido Irlau Machado, Ex- presidente da NotreDame Intermédica, que participou do evento Family Office Brazil 2023 apresentando o “Case Intermédica: fusão e consolidação de mercado”. O Instituto foi batizado de Líbio em homenagem ao avô de Raquel e…

Raquel Machado criou, em 2020, o Instituto Líbio, no município de Porto Feliz (SP), juntamente com o marido Irlau Machado, Ex- presidente da NotreDame Intermédica, que participou do evento Family Office Brazil 2023 apresentando o “Case Intermédica: fusão e consolidação de mercado”. O Instituto foi batizado de Líbio em homenagem ao avô de Raquel e Irlau, que são primos. Além de dirigir o Instituto Líbio, Raquel é vice-presidente da SOS Pantanal, Conselheira da Fundação Neotrópica do Brasil e do ONÇAFARI.

O animal é uma vida que tem o direito de viver em harmonia com o ser humano. Podemos julgar o coração de um homem pela forma como ele trata os animais. Essa crença, sempre esteve presente na trajetória da médica dermatologista Raquel Machado, acabou se transformando num propósito de vida, dando origem a um projeto de acolhimento e preservação dos animais silvestres vítimas de maus tratos.

Na infância, em Minas Gerais, Raquel Machado mantinha contato estreito com a natureza. Após o nascimento da primeira filha, já morando em São Paulo, sentiu falta de retomar esse convívio com o meio ambiente. Ela e Irlau adquiriram então um terreno em Porto Feliz, compartilhando juntos a paixão e o trabalho em prol da causa animal.

Durante dez anos, entre 2010 e 2020, ela e o marido, como pessoas físicas, com autorização do Ibama, construíram mantenedores para abrigar os animais silvestres resgatados pela polícia e vítimas de maus tratos, oferecendo melhores condições de vidas.

“Os CRAS (Centros de Reabilitação de Animais Silvestres), onde ficam os animais apreendidos pela polícia, costumam ser lugares com estruturas ruins, sem nenhum apoio governamental, onde falta um trabalho para reabilitação, e eu queria oferecer uma vida melhor para os animais”, contou durante o “Case Instituto Líbio: de mãos dadas em um só propósito”, que fez parte do Family Office Summit, promovido dia 23 de outubro pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária – FBFE.

A decisão de desenvolver um trabalho que tive um impacto e abrangência maior veio em 2020, no meio da pandemia, com a criação do Instituto Líbio, que, além de proteger a fauna silvestre brasileira por meio de manejo, reabilitação, educação ambiental, inibindo tráfico e caça, busca restaurar áreas degradadas e proteger ambientes naturais.

“Combater o tráfico de animais é uma missão difícil, mas não é impossível. Muitas vezes, quando os animais são apreendidos, outros tantos já morreram, o que dificulta qualquer processo de reintrodução ”, explicou Raquel durante a sua apresentação. Segundo ela, a cada animais traficados, nove morrem.

Com tamanha dedicação para concluir a missão do Instituto, foram criados quatro refúgios no Mato Grosso do Sul, sendo três reservas particulares de patrimônio natural, e uma delas faz parte de um corredor de preservação ambiental com mais de 600 mil hectares, além de outros dois refúgios no Pará, chamados Escudo da Amazônia. Esses refúgios desempenham um papel fundamental na proteção, conservação e pesquisa ambiental.

Os três pilares

O Instituto Líbio tem o seu trabalho norteado por três pilares: acolhimento dos animais vítimas de tráfico e maus tratos, educação ambiental e preservação de ambientes naturais.

Por ter a maior biodiversidade do planeta, o país é um grande alvo do tráfico de animais. Só perde para o tráfico de drogas e de armas, sendo a terceira maior atividade ilícita do mundo. “Os traficantes são muito cruéis, eles cegam os animais com cigarro para facilitar o tráfico”. O segundo pilar é a educação ambiental.

“Precisamos sensibilizar os jovens, as próximas gerações. Não vamos mudar a mentalidade das pessoas, disse. O Instituto Líbio é responsável pela educação ambiental de sete escolas municipais em Porto Feliz e tem uma parceria com uma escola privada, a Avenues, na capital paulista. Dentro do pilar de educação ambiental, há ainda o projeto Sou Amigo da Fauna, juntamente com ONGs, para combater o tráfico de animais silvestres.

O projeto Sou Amigo da Fauna começou em quatro aeroportos no Mato Grosso e cresceu para 26, tendo como parceira a companhia aérea azul. O projeto ensina os funcionários dos aeroportos a identificarem uma carga suspeita para combater o tráfico de animais. Já foram capacitados 5 mil funcionários. E o próximo passo, contou, é estender o projeto também para o transporte terrestre, que regista alto índice de tráfico de animais.

O terceiro pilar do Instituto Líbio é a preservação dos ambientes naturais. Nos últimos anos, Raquel e Irlau, na figura de pessoas físicas, vêm adquirindo reservas privadas para conservação e incentivo à pesquisa por meio de parcerias com universidades.

“Estamos tentando institucionalizar a construção de corredores ecológicos e cinturões de proteção em áreas críticas do país, em conjunto com outros grupos de pessoas, compradores, grupos financeiros, grupos de amigos, para ir construindo corredores ecológicos”, destacou Raquel Machado.

Essa iniciativa começou no Mato Grosso do Sul, em áreas ao redor de Bonito, adquirindo fazendas para reintrodução de animais silvestres e para proteção de fauna silvestre.

No sul do Pará, está sendo formado um corredor chamado Escudo da Amazônia. Eles passaram a adquirir terras para limitar o acesso de invasores, como madeireiros, garimpeiros e caçadores. “Esses corredores têm uma eficácia maior do que a criação de parques estaduais ou nacionais, porque a lei pode ser revogada depois. Mas, pela Constituição, enquanto é sua propriedade, isso não pode acontecer, e é possível colocar na escritura que aquela terra tem que ser protegida”, explicou.

“É importante reflorestar, claro que é, mas mais importante ainda é manter a mata de pé, porque demora 50 anos para ser formada, para uma floresta sequestrar o carbono.” completa Raquel Machado no Family Office Summit Brazil 2023.